quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A Carona


O motorista do táxi estava nervoso. Achei melhor puxar conversa.
- Estou na maior encrenca, meu amigo. Semana passada eu dei carona para uma moça lá do bairro agora minha mulher que separar. Então perguntei:
- Separar por causa de uma simples carona?
E ele respondeu que aquela vizinha que ele tinha dado carona tinha fama de safada e já acabou com três casamentos lá no bairro dele. Quando ele terminou de fala o telefone dele toca Nessa hora tocou o celular dele. Era a esposa. e pelo que deu para ouvir, a dona estava furiosa.
Quando ele desligou e enxugou disfarçadamente uma lagrima, eu quis acreditar que ele realmente estava arrependido. Mas de que? De dar a carona?
Mas dar carona é um ato bastante curioso. Claro que pode ser um simples ato de ajuda, de companheirismo, de solidariedade. Mas, quando envolve um homem e uma mulher (especialmente uma mulher fatal), a carona pode ser muito mais.
Mas só oferecer a carona já foi ceder a tentação de cada vez que mudar de marcha se insinuar na direção das coxas dela, Nos cruzamentos, cada vez que olhar para a direita, para ver se vinha algum carro, ele tinha uma oportunidade de olhar, sem recato nem constrangimento, para aquela mulher bonita e sedutora.
E então cheguei ao meu destino, paguei a corrida, desejei boa sorte ao taxista e ele saiu devagar.

Um comentário:

  1. É uma crônica que em relação às outras não tem tanto humor é mais uma história do cotidiano, que vemos quando uma vizinha safada, ou com fama de safada, ou uma mulher bonita, acaba com um casamento, quando não acontece nada de errado, só a carona, mas quando entra mulher no meio, vai tudo pro lado da sacanagem. Faz uma crítica à falta de confiança do casal um no outro.

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